segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Ansiedade que cria ansiedade

Ansiedade que cria ansiedade
Psicólogos explicam como gerenciar o sentimento de apreensão
HUGO VIANA

Entrevista para emprego. Primeira pergunta, bate uma gagueira, você responde meio apressado.

O entrevistador, com cara séria, anota alguma coisa num papel. Você tenta olhar, ele coloca a mão em cima, sorri e diz, “Fique no aguardo, vamos te ligar”. Passa um, dois dias, ninguém liga. “Bem”, você pensa, “não devia ter respondido daquele jeito...”. Chega a ansiedade.

“Quando a ansiedade atinge um nível exagerado, que prejudica, limita e às vezes causa um embaraço paralisante na vida funcional de um indivíduo, ela passa a ser patológica. E, por isso, requer cuidados por pessoas especializadas na área da saúde mental”, aponta Roberto Nogueira, psicólogo clinico especializado em terapia cognitivo-comportamental.

Entre palpitações, frio na barriga e gagueira, a ansiedade pode dificultar a interação das pessoas tanto na área afetiva ou pessoal quanto social ou trabalhista. “Indivíduos com fobia social, por exemplo, podem ter sua vida extremamente limitada.

A exposição à situação social temida provoca quase que invariavelmente uma resposta imediata de ansiedade, que pode até assumir a forma de um ataque de pânico”, explica Roberto.

“Mesmo reconhecendo que o medo é excessivo e irracional, essas situações causam intensa ansiedade ou sofrimento.

É um transtorno que interfere na rotina ocupacional e social do indivíduo já que, mesmo ciente do problema, a pessoa não consegue controlar a preocupação”, ressalta o psicólogo.

Só que o ponto exato que separa a ansiedade natural, diante, quem sabe, de um primeiro encontro ou de uma prova importante, daquela mencionada por Roberto, que pode desembocar num ataque de pânico, é difícil de precisar.

“Quando a ansiedade interfere na rotina diária, é um sinal de que algo saiu do controle. É aí que entra um profissional especializado em transtornos mentais.

Somente esse profissional pode, através de um diagnóstico clínico completo, formular uma opinião embasada sobre o estado do paciente”, “É preciso estabelecer as diferenças entre a ansiedade e outras patologias associadas a esses transtornos, como a depressão maior, mudanças de humor, personalidade esquiva, hipocondria, entre outros”, conclui.

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